Num cenário corporativo cada vez mais atento à saúde mental e às relações interpessoais, cresce a preocupação com práticas silenciosas, mas profundamente nocivas: o bullying e o assédio moral no ambiente de trabalho. Diante desse desafio, o Núcleo de Gestão de Pessoas promoveu um debate sobre o tema, na reunião realizada na terça-feira, 27 de maio, para propor ações práticas e reforçar o papel estratégico da gestão de pessoas na promoção de ambientes mais saudáveis e respeitosos.
O bullying, embora amplamente associado ao ambiente escolar, vem se manifestando com frequência no universo corporativo, assumindo formas sutis, mas nem por isso menos destrutivas. No ambiente de trabalho assume contornos de assédio moral, perseguições, exclusão social e humilhações repetidas. É muitas vezes disfarçado de críticas construtivas ou brincadeiras.
Durante o encontro, os participantes compartilharam experiências pessoais e profissionais que evidenciam como o ambiente de trabalho pode, muitas vezes, reproduzir padrões de comportamento hostis vivenciados desde a infância, como ofensas relacionadas ao corpo ou à aparência. Também foram discutidos os efeitos de brincadeiras aparentemente inofensivas, como memes e apelidos circulando no interior da empresa, que extrapolam muitas vezes os limites do respeito e comprometem a saúde mental dos envolvidos.
A discussão também abordou a responsabilidade do setor de Recursos Humanos na mediação de conflitos, na criação de ambientes inclusivos e na prevenção do assédio, especialmente em contextos onde minorias, como pessoas com deficiência ou LGBTQIA+, são frequentemente alvos de exclusão. A necessidade de adaptar a comunicação entre diferentes gerações de colaboradores, bem como oferecer suporte a líderes seniores diante das transformações digitais, também foi levantada como um desafio organizacional relevante.
Outro ponto sensível discutido foi a síndrome de burnout, resultado da sobrecarga emocional e da pressão constante, que muitas vezes não se relaciona à quantidade de trabalho, mas sim à responsabilidade e à cobrança excessiva sobre o colaborador.
Para a construção de ambientes profissionais mais saudáveis, seguros e empáticos, é essencial a criação de mecanismos claros de escuta, acolhimento e ação diante de denúncias de assédio e conflitos interpessoais.